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O meu método para viver dezembro tranquila e conscientemente

Vou falar-te sobre a minha experiência sobre a preparação da época natalícia.

Isto vai ser um género de Festas Slow 101. Vou falar abertamente sobre como organizo e vivo o mês de dezembro.

E sim, considero isto um método. Vivo sob este sistema há muitos anos e sou dogmaticamente fiel a isto. Não prescindo desta forma de vida e agora vou partilhar contigo.

Hã? Gostaste desta introdução à landing page de curso de 10horas por 250€ que só estará a este preço durante esta semana? 😂

Bora lá!

Nota: este artigo pode ser longo.

O meu natal começaria em setembro

É verdade, e por vários motivos:

1 – Sinto que a partir do momento em que entro no último trimestre o tempo voa até dezembro;

2 – Eu adoro rentabilizar a época natalícia porque há várias coisas que gosto de fazer e estas levam o seu tempo, e como tal gosto de ir vivendo o espírito de festas ao longo de várias semanas;

3 – Detesto e abomino (e não consigo enfatizar mais este sentimento) confusões de compras, shoppings cheios e multidões, e como tal vou pensando ao longo destes meses o que vou oferecer às pessoas;

4 – Abomino ainda mais comprar por impulso ou porque me esqueci da prenda do tio e lá vou eu percorrer km no shopping à procura de “não sei bem o quê”, acabando por comprar a porra mais inútil;

5 – Gosto de sentir a paz de ter tudo organizado ao milímetro uma semana antes do dia 24.

Estes são os parâmetros da minha missão natalícia e a partir daqui desenvolvo toda uma estratégia.

Viver o natal com tempo – pelo menos 1 mês

Eu sou daquelas maluquinhas que ama o natal. Para mim, natal é sinónimo de paz. Paz absoluta, tipo “inner peace, inner peace” do mestre Shifu. E é essa paz que gosto de explorar, num espectro que vai desde ver filmes sozinha numa tarde de domingo a ouvir músicas de natal no carro enquanto conto as casas com decorações luminosas.

Para mim, parece-me francamente pouco festejar o natal em apenas 2 dias. Preciso de mais. É muito espírito natalício – não chega!

Compras de Natal | Quase estratégia militar

Recuso-me – RECUSO-ME – a gastar nem que seja 10€ numa compra despropositada. (E lá porque me recuso não quer dizer que não aconteça.) Mas fico com mais remorsos de uma compra fútil do que uma estupidez embaraçosa que tenha feito na adolescência.

Como tal, as minhas prendas de natal obedecem, por ordem decrescente de importância, aos seguintes critérios:

1 – Praticidade: a prenda é útil e/ou sabes de a pessoa gosta daquilo?

2 – Prioridade: Tenho mesmo que dar uma garrafa de vinho do porto ao genro da vizinha do 2º esquerdo? Quais as pessoas prioritárias para receber prendas?

3 – Orçamento: Vou gastar até um teto de X por pessoa ou por grupo de pessoas.

4 – Meios: O que irei ter que fazer para comprar aquela prenda e estarei disposta a? Terei que ir a uma loja física ou compro online? Se for a uma loja física, irei em determinadas condições (com a menor afluência possível, a determinadas horas do dia, considerar a distância da loja). Se comprar online, terei que ter em conta os prazos de entrega com margem para resolver possíveis problemas com a encomenda (atrasos, defeitos, produto errado).

5 – Consciência: Este ponto está em 5º lugar mas no fundo é um ponto omnisciente que acompanha todos acima. Preferencialmente, compro em negócios portugueses – fisicamente ou online. Vou desenvolver este ponto mais abaixo.

Subsídio de Natal

A minha jornada de compras de natal começaria, por mim, em setembro, para comprar as coisas sem stress e com tempo para avaliar as melhores ofertas no mercado e, sobretudo, para integrar essas compras no orçamento do dia-a-dia para não comprometer o subsídio de natal.

E porquê?

Simples: quando usamos o subsídio de natal para fazer compras, acabamos por gastar muito mais. Temos um orçamento muito mais folgado, um ordenado extra para gastar, e isso, do ponto de vista psicológico, é uma armadilha de dopamina e vaidade.

Quando integramos gastos extras (como prendas) no orçamento normal, vamos ser muito mais poupados, porque não é fácil ter despesas além das fixas num ganho mensal normal. E se, a partir de setembro, conseguirmos comprar nem que sejam 2 prendas por mês, chegamos a dezembro com a tarefa praticamente feita e o dinheiro já gasto, sobrando um subsídio de natal para as compras da mesa e, idealmente, a maior parte para poupar ou gastar em outras despesas importantes (seguros, impostos anuais, etc).

Há malta que faz as compras de natal ao longo do ano. Não é difícil encontrar testemunhos sobre isso na internet. Por outro lado, no meio dessa malta, existe umas tantas pessoas que vão comprando ao longo do ano para chegarem ao natal e ter uma sala atolada de prendas – na minha opinião não é bom, é uma perpetuação do consumismo inconsciente e um péssimo exemplo para as crianças.

Compras de Natal | Consciência Social

Vou contar-te um segredo. Se já o sabias, espetacular. Se não sabias, vamos sempre a tempo de aprender coisas novas.

A época de Natal está para o comércio local como o verão está para a restauração/hotelaria: é a maior fatia sazonal de faturação para os negócios. Ou seja, o que a restauração/hotelaria ganha nos meses de verão suporta as baixas sazonais do inverno. O que o comércio ganha no natal, consolida a faturação de um ano inteiro.

Imagina o seguinte: um negócio de rua chega ao início do mês e paga todas as suas despesas. Este negócio só começa a ter real lucro lá para a 3ª semana de trabalho daquele mês. Ou seja, desde o dia 1 até então, só trabalhou para pagar despesas. Agora extrapola para um ano inteiro. Só a partir do último trimestre/quadrimestre é que o comércio consolida o seu lucro com a época em que o consumidor mais compra. Porque até então foi um misto de sobrevivência entre faturação, despesas fixas (salários, fornecedores, renda, utilidades) e algum lucro para investimento e coisas extras que apareçam (obras, maquinaria nova, etc).

É por este motivo que no natal faço muita questão e esforço para que as minhas compras sejam feitas em pequenas e médias empresas nacionais. Porque o nosso tecido empresarial URGE estas nossas compras nesta altura. Não me fico pelas compras físicas, em loja. Também as faço online e em empresas do país inteiro.

Comprar online (em empresas portuguesas) pode ter as suas contraindicações ecológicas mas também tem imensas vantagens:

  • Mesmo que os produtos tenham origem estrangeira, pelo menos estás a garantir faturação aqui em Portugal e não de uma gigante internacional;
  • Estás a estimular o tecido empresarial e a promover mais emprego;
  • Comprar online recompensa as empresas pelo seu investimento digital (que é bastante!): quantos mais de nós exigir esta transição digital no consumo, estaremos a mudar o paradigma de trabalho das empresas portuguesas;
  • Significando que estaremos a mudar a forma como as empresas nacionais são geridas e organizadas;
  • Empresas mais capacitadas, digitalizadas, dinâmicas, com maior capacidade de promover trabalho remoto e culturas organizacionais baseadas em resultados e não em esforço desnecessário.

Organização e Tempo

Para mim é essencial ter tudo preparado uns dias antes das festas acontecerem. (E, mais uma vez, não quer dizer que aconteça sempre) Detesto sentir pressão e pressa para preparar as festas – embrulhos de última hora, cozinhar apressadamente, arrumar a casa como se estivesse a esconder dinheiro depois de um assalto.

Não, não quero dar para esse peditório. Durante anos vi a minha mãe com este esforço e durante alguns também tive esse peso nos ombros. É uma sensação verdadeiramente azeda sentar à mesa de jantar suada, de fato de treino sujo, sem fome e com toneladas de adrenalina a correr nas veias.

Dessa forma, tento ao máximo organizar as vésperas (24 e 31) com rigor para que tudo seja uma experiência sensorial, estimulante mas pacífica:

  • Gosto de fazer as minhas sobremesas durante a tarde das vésperas (24 e 31) com a maior das tranquilidades. Para quem leva a doçaria a sério, sabe que trabalhar com açúcar e chocolate e é um ato de delicadeza e foco;
  • Gosto de ter essa tranquilidade para ir arrumando a cozinha à medida que vou utilizando as coisas para não chegar à hora de preparar o bacalhau e ter uma cozinha de regimento em necessidade de 5 soldados para a limpar;
  • Adoro pôr mesas: gosto de ser criativa e preparar uma mesa bonita, com gosto e simetria, e de sentir serenidade enquanto o faço;
  • Preparo sempre uma mesa ou outra superfície à parte para pôr as sobremesas, queijos, frutos secos, bebidas, pratos, taças e outros. Assim, todas estas iguarias já ficam disponíveis sem ter que fazer manobras logísticas logos após o jantar.
  • Após o jantar já tenho uma casa com pessoas bem alimentadas e posso desfrutar da tranquilidade até aos pontos altos das noites (prendas/contagem decrescente)

Acima de tudo, após estas azáfamas (controladas) tenho consciência de que vivi esta temporada no meu tempo e ritmo. Para mim, se alguma vez pensar em “só quero que estas festas passem!😩” é sinal que festejei em esforço, em pressão e em stress profundo. E isso não é uma celebração, é um frete!

O significado das festas na filosofia slow

Independentemente se gostamos do natal ou não, se somos cristãos ou não, esta época é um farol de celebração. É uma celebração megalómana numa estação tão escura e fria. Celebra-se a esperança, a paz, a união entre as pessoas. E não querendo esbarrar no clichê emocional, eu acredito nestes valores.

O estilo de vida slow sugere-nos observar a vida com olhos de ver. É recusar a vida superficial e em estado automático.

Muitas vezes, quando ainda era gaiata, eu via o stress dos meus pais com as compras com a logística, com os orçamentos apertados. (Mas também vi a celebração em família e a alegria.) Agora em adulta, não quero perpetuar um natal de stress e inquietação.

Conforme já mencionei neste artigo, o natal é sinónimo direto de paz. E vida. Vida a sério – com boa comida, com abraços, com gargalhadas, com perdão, com conexão. E essa conexão começa exatamente cá dentro – quando paramos para olhar para as festas com olhos de ver e recusar vivê-las para agradar expectativas (nossas e/ou dos outros).

Vive esta época! Vive-a profundamente! A magia do natal não está apenas para as crianças – ela começa num adulto que se recusa a viver a vida em modo automático. Está, acima de tudo, na conexão que permitimos acontecer em nós próprios e com os que amamos.

Um dezembro muito, mas muito feliz!

Obrigada por estares desse lado,

Sara – Slow Living Portugal

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