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À espera da sexta-feira, do fim do mês e dos 22 dias de férias

O calendário da sociedade moderna

O calendário não se rege mais pela variação entre os 365 e 366 dias do ano, dos 12 meses, dos 7 dias da semana e das 24 horas do dia.

Essa contagem do tempo está obsoleta. A nossa cronologia acontece com a seguinte estrutura:
— 22 dias de férias
— Festas e Feriados
— Oportunidades de pontes
— Aniversários dos nossos mais queridos
— O fim do mês
— O fim de semana
— O “fechar do tasco”

Tudo o que está antes, entre e depois são imagens desfocadas. A nossa memória não ajuda à retenção de dados. E quanto eu peço a mim própria para gravar determinados momentos… Quanto eu desejaria ter um “REC” na minha nuca para gravar pequenos fragmentos da minha vida que sei que, no máximo, irão permanecer como silhuetas.

E ainda que a nova cronologia do Homem moderno esteja bastante simplificada, esta acaba por se derrotar em hábitos. “Mais um Natal”. “Feliz aniversário! — É verdade, mais um… “. É mais um. E a seguir outro. Mas é sempre pouco. “Como correram as férias? — Souberam a pouco.”

Para mim, acabou! Vou tirar as pilhas a este relógio.

O que é que torna melhor um sábado em detrimento de uma quarta-feira?

Que preconceito é este de que uma semana é reservada ao trabalho e às obrigações?

E o sábado para fazer as compras e arrumar a casa?

E o domingo para ir passear?

E, porque não quebrar com as guilhotinas do tic-tac?

mulher sorridente a segurar uma agenda e a pensar com caneta encostada à sua cabeça.

— segunda-feira: dia de jantar fora

— terça-feira: dia de lavar roupa

— quarta-feira: dia de karaoke (atenção às horas que somos todos adultos responsáveis 😉 )

— quinta-feira: dia de ver um filme depois do jantar

— sexta-feira: dia de caminhar depois do almoço (sim, válido também para quem almoça no emprego)

— sábado: tomar o pequeno-almoço com amigos

— domingo: dia de arrumar a casa com a belíssima recompensa de um lar confortável e fresco para iniciar a semana

Poderia escrever uma saga de 7 livros sobre “ideias para organizar a sua semana”. Não há limites para a imaginação. Não há formatos nem pré-requisitos para levar a vida em todas as suas vertentes.

Há espaço e tempo para tudo! Sabemos quanto é difícil quebrar a rotina e quão fácil é entregarmo-nos ao que é familiar. E de facto há muita validade numa rotina consistente — retiram-se muitos benefícios numa estrutura organizada de tarefas e descanso.

Mas podemos substituir “estrutura organizada” por “estrutura equilibrada”. E é no equilíbrio perfeitamente imperfeito onde podemos encontrar a integridade do colorido da vida. O bailado do que é necessário e do que é opcional, sendo que um se torna outro a qualquer momento. Porque é tão necessário trabalhar, pagar as contas, arrumar a casa e lavar a roupa quanto descansar, rir, conviver, passear e apreciar o belo e o aprazível. E em momentos menos bons o trabalho torna-se opcional, porque o essencial é estarmos presentes em nós mesmos e (sempre que possível) nos outros.

A velha expressão “não contes horas, conta momentos” nunca fez tanto sentido! É sábia porque é velha.

Não te limites pela semana, pelos meses, pelos anos. Liberta-te pelo que te faz contar sorrisos, memórias, experiências, etc.

Não vivas para a sexta-feira, para o fim do mês e para os 22 dias anuais de férias. Vive para o banal do quotidiano, onde encontramos a espontaneidade do existir. No encontro inesperado na bomba de gasolina, na ideia genial que tiveste à meia-noite e um quarto na cama, na massa com atum que a tua mãe deixou queimar, naquele jogging onde os prédios nunca estiveram tão bem iluminados, nas gargalhadas do teu filho quando se descuidou nas cuecas, na carta de amor mal dobrada e enfiada num envelope impresso às escondidas no emprego…

… nos momentos mais improváveis e surrealistas que fazem de nós a espécie mais curiosa e néon deste nosso canto no universo.

 

Obrigada por estares desse lado!

Sara, Slow Living Portugal

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